O debate entre o “Estado mínimo”, que tentam colar na testa de Serra, e o “Estado Forte” que Dilma procura usar como lema foi comprado por parte da mídia, mas também por muitos outros e outras.
Além de ficar parecendo aquela disputa de meninos, qual é mesmo a importância prática deste debate para o debate eleitoral sobre o próximo governo?
Certamente nenhuma.
O uso manipulatório do conceito mira na tentativa ou de promover Dilma como a "campeã" na defesa dos legítimos direitos dos pobres ou de “isolar” Serra como agente do neoliberalismo, termo que significa na leitura de uma esquerda atrazada uma espécie de conspiração dos grandes rentistas, quer dizer capitalistas, contra os interessas do povo.
Automaticamente o Brasil estaria dividido entre “bons”, PT e seus aliados defendendo as bandeiras populares, o socialismo etc... e o “maus”, PSDB e aliados, agentes do capitalismo, do rentismo.
A discussão é estéril. Basta conhecer um mínimo das relações entre, por exemplo, Eike Batista e o governo ou entre as grandes empreiteiras e a política externa “amiga” do Brasil na África, na América Latina ou no Haiti, por exemplo.
A comparação entre "tamanhos" também é ineficiente, pois o problema nos Programas de Governo vai estar é no conceito de desenvolvimento que se está propondo e, ai sim, qual Estado ou estrutura de Estado servirá com eficiência a este modelo.
O choque real é e será entre propostas de modelos de desenvolvimento. Se devemos nos esforçar por manter o atual modelo ou devemos nos esforçar por ter um novo modelo adequado ao nosso futuro e às nossas demandas.
Demetrio Carneiro