domingo, 18 de abril de 2010

AS FALHAS DE GOVERNO E O NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO

Do lado de nossos nacional-desenvolvimentistas há uma forte tendência de investir nas falhas de mercado, procurando justificar os apelos de uma estrutural estatal “mais vigorosa” por conta destas falhas. É, por exemplo, todo o debate sobre transferência de rendas via setor público para minorar a concentração de renda. A parte óbvia e confortável é querer melhorar a partição de rendas, sem mudar a razão da estrutura de distribuição de rendas ser o que é.

Obcecados em justificar um projeto que tem muito pouco a haver com desenvolvimento e muito mais com manutenção de estrutura de poder os nossos ND, nenhuma analogia com NaDa, não percebem a dimensão das falhas de governo.

Belo exemplo está naquilo que foi a festa dos prefeitos em Brasília meses atrás: O milhão de casas. Para o ND certamente o governo não tem falhas e 100% do que é planejado é executado e 100% do que é executado é eficiente. Tem que ser assim, se não fossem estariam como nós sempre questionando, egoísticamente(?), cada centavo apropriado quanto ao seu uso e sua eficiência. Embora façam de passagem o discurso do controle social, o fato é que o núcleo de proposta não é um governo melhor, mas um governo maior. Evidentemente não estamos falando das mesmas coisas.

Voltando ao milhão da Dilma.
Não que tetos desabem ou o material utilizado seja de qualidade discutível. Isto é assunto para o TCU , MP, justiça e a política.
O nosso assunto são 408 mil casas onde deveria haver 1 milhão. Agora o governo federal atira a culpa para cima dos municípios e estados, como se os eficientes planejadores já não tivessem que ter previsto o óbvio. Nunca se deram conta da questão infraestrutural fora e dentro dos espaços de construção, da estrutura de especulação do solo urbano. Quando o projeto empaca a culpa é do Outro.
Certamente o governo, na cabeça deles, controla os resultados de suas políticas.

Demetrio Carneiro