Ser diferente é um direto reconhecido. Mas ser diferente não implica em ter mais direitos que o outro. Achando-se diferente Lula acha que pode descumprir as leis que regulam a campanha eleitoral e ainda usar a mídia para intimidar juízes. Em parte obteve resultado já que o TSE não só demorou a se manifestar, como reluta em agir com mais consistência. Estamos vivendo uma questão de conflito republicano. É o dirigente máximo de um dos poderes ignorando e desmoralizando um dos órgãos máximos de outro poder.
Certo de sua capacidade de intimidação hoje, dia de lançamento da candidatura de Serra, Lula mais uma vez mobiliza recursos públicos e consagra com sua presença um ato tipicamente eleitoral de apoio a Dilma Roussef.
Já passamos de um limite. Lula não mais ataca o TSE. Ataca a instituição republicana. Ataca a base sobre a qual se ergue a democracia brasileira. Há um risco real e objetivo na zombaria.
Demetrio Carneiro