domingo, 18 de abril de 2010

FUNDAMENTALISMO E SINCRETISMO NA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Há uma evidente onda de conversão fundamentalista, principalmente na baixa classe média urbana. Natural que candidatos à presidência procurem atuar de forma “neutra” ou como, Dilma, até se convertam. Contudo ainda somos historicamente sincretistas. Somos, pela nossa formação, culturalmente sincretistas. Somos, por todos os ângulos de formulação, dados colhidos, sicretistas.

O presidente brasileiro será presidente de todos e não apenas de fundamentalistas. Como seria se um fundamentalista que fosse contra a transfusão de sangue fosse eleito? Proibiríamos a rede pública de realizar transfusões? Se um fundamentalista for eleito presidente vamos destruir nossa herança sincrética e obrigar nossas crianças ao ensino religioso?

As declarações “de consciência” de Marina comprometem o projeto do PV. Tradicionalmente o movimento ambientalista tem se aliado, e mesmo encontrado fortes e pioneiros adeptos, nas questões de opção sexual.
Será muito difícil o palanque dela com Gabeira, por exemplo. E este deveria ser o principal. Será muito difícil explicar aos apoiadores do PV no Rio de Janeiro que sua candidata se posiciona contra o homosexualismo.

Marina deveria ter guardado para si suas objeções de consciência. Até porque, em sendo a presidente e o Congresso aprovando, por exemplo, a união civil homosexual, ela faria o quê? Não sancionaria a lei?

Demetrio Carneiro