Apesar disso somos surpreendidos com a informação de que o Brasil gasta com pensões por morte 2,8% do seu PIB. Leia e se escandalize, mas também pense duas vezes ao votar na próxima vez.
Essa situação esdrúxula nos coloca como recordistas mundiais no pagamento de pensões. Nossa renda per capita anual transformada em mensal e em reais dá R$ 1,4 mil. Então como explicar que sejamos recordistas mundiais?
Talvez não seja difícil de entender se nos dermos conta que há desembargadores que ganham R$ 200 mil mensais e que certamente ao morrer deixarão para as suas proles o mesmo valor como pensão vitalícia.
É ai que entra a campanha da CUT que critica a lei que obriga a declaração dos salários de todos os funcionários públicos. O mote da campanha é "transparência sim x exposição não". Realmente dá para concordar que os tais desembargadores devem estar temerosos. Afinal uma renda dessas deve atrair a atenção até de criminosos internacionais. Com certeza o objeto da campanha não é o servidor que é professor e ganha até menos que a renda média mensal de R$1,4 mil...
Vamos admitir que a CUT esteja protegendo os trabalhadores do setor público, mesmo que seja a elite mais bem remunerada, mas não pegaria bem melhor que essa "nova" CUT, a que vai protestar contra a punição dos mensaleiros, gastasse seus fartos caraminguás por exemplo numa campanha CONTRA os salários absurdos que são pagos a uma minoria de servidores? Fazer parte da estrutura de poder real está virando a cabeça dos sindicalistas.
Já o governo por seu lado quer mudar a regra das pensões por morte. Claro que quem vai pagar a conta serão os sem-advogados milionários que conhecem todas as brechas legais e todos os juízes. Não seria melhor aplicar a lei e obrigar que os salários dos servidores sejam no máximo iguais ao salário do presidente?
Demetrio Carneiro