Apesar da revoada de partidos políticos o sistema político brasileiro tendê a se comportar de forma bipartidária. A origem desse processo de bipartidarização real num mundo de partidos nominais merece ampla discussão, mas parece estar numa forte composição entre a necessidade, derivada da experiência negativa de Collor, de formar alianças estáveis e amplas o suficiente para não correr riscos, do tipo 70% dos votos parlamentares nas duas casas. Ou não foi assim que o lulismo blindou todas as suas aventuras financeiras? Claro, nem sempre anda 100% bem, principalmente nesse momento de fragilidade da presidente, com problemas de saúde e problemas com seu principal articulador político que poderá ser abatido, ainda não foi, por fogo amigo.
Nas eleições tivemos o choque oposição x situação onde a inteligente jogada de atração do PMDB colocou a oposição frente à suas perplexidades e contradições. As diversas fragilidades de Dilma abrem a porta tanto para o lulismo quanto para o PMDB. É de supor que o PMDB não assistirá na arquibancada e como herdeiro legítimo do processo irá se firmar frente as fragilidades do governo Dilma. Não é de duvidar que surgirá um novo esquema de enfrentamento bipartidário PMDB x PT. A incógnita vai estar por conta do posicionamento futuro das outras forças, mas o mais provável é que elas se agrupem à volta desses dois partidos. Por exemplo, o PSB fica "confortável" com o PMDB tendo em vista o nordeste? Ou esse olhar aliancista para o governo Dilma do partido do Kassab dá certo com o PT? Sendo a lógica verdadeira o espaço dos atuais partidos de oposição some, pois esse esquema não opera com uma terceira via. Onde fica o Aécio?
É um assunto a se pensar, pois, se correta a avaliação, muda e muito a lógica de construção de alianças, já para 2012.
Demetrio Carneiro