No post "As armadilhas" Miriam Leitão praticamente alinhava as razões para a demissão de Mantega e de, talvez, todo o resto da ekipekonômica. Nos anos Lula o ministro navegou com tranquílidade entre recordes de arrecadação e a bonança internacional. Quando posto a teste, em 2010 mostrou enorme leniência com as questões de poder. Entrou em 2011 deslumbrado e falando hoje o que desmentiria amanhã. Inaugurou o único sistema mundial de restrição fiscal sem restrição: O contra-corte do corte.
A questão agora está no emaranhado de contradições apontado por Miriam Leitão. Trata-se da velha interrogação de Lênin: O quê fazer? Dilma passeando pela China já deve estar pesando no assunto "quem vai fazer o quê há para ser feito?". O dúctil ministro parece que não dará conta do recado.
Ao tempo nossos nacional-desenvolvimentistas engrossam suas fileiras com o Bresser "anti-neoliberal" e comemoram a vitória do "desenvolvimento" na questão crescimentoxinflaçãoxgasto. Não se dão conta das fortes possibilidades de um PIB mais para 3,5% do que para 4% como sonha o governo. E Não apenas para 2011.
De uma forma ou de outra Dilma marca sua caminhada em direção à mediocridade. Talvez isso explique o relativo silêncio dos setores lulistas. Dilma poderia ter feito muito, mas aparentemente, preferiu fazer bem menos.
Demetrio Carneiro