terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

DESABA ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO DA CAMPANHA DE DILMA

A volta de José Dirceu era inevitável. A campanha de Dilma precisava de fontes seguras e generosas de recursos e J. Dirceu é o rei da caixa dois.
A denúncia da Folha de São Paulo, vinculando José Dirceu ao esquema de especulação montado com as ações da Telebrás derruba em plena decolagem a estrutura ilegal de financiamento da campanha de Dilma Roussef.

O que estamos presenciando é uma monumental maquinação voltada para a utilização do Estado brasileiro no financiamento do projeto petista de poder. Trata-se de crime de formação de quadrilha. Nem mais nem menos.

Cria-se uma demanda “nobre” fundada no conceito de que - embora mais de 900 empresas operem a questão da banda larga no Brasil, embora existam recursos fartos para financiar via a taxação que já é feita sobre as empresas do segmento – é o Estado brasileiro quem tem competência para criar uma rede nacional de banda larga que nos traga para a modernidade. Uma empresa falida estrategicamente detém uma rede de cabeamento. Outra empresa é escolhida como operadora e magicamente suas ações ganham valor. A proposta de uma rede pública de banda larga vira programa do PT para as eleições de 2010. O presidente brasileiro, em meio a uma onda especulativa registrada já na mídia, dá entrevista explicitando que a empresa alvo da especulação será a escolhida. Tem alguma coisa mais para dizer?

E agora, pegos todos com a boca na butija, o que é que vai acontecer?
Muita gente graúda disse que a prisão de José Roberto Arruda era paradigmática. Quem vai para a cadeia?

Para brasileiros sérios chegou a hora de questionar essa estrutura de poder fundada na hegemonização da Republica nas mãos de um centralismo executivo e baseada no uso da máquina pública para garantia da eternização de grupos, quadrilhas?, na estrutura de poder do Estado. O episódio de Dirceu mostra claramente como se locupetam empresas privadas, intermediários, partidos políticos, empresas públicas, agentes políticos, poder executivo e poder legislativo.
A crise é REPUBLICANA.
É falso e estrategicamente pensado jogar nos ombros do legislativo uma crise que tem sua origem nas estruturas de poder e sua manutenção que estão é no executivo presidencialista. Curiosamente o núcleo do questionamento da democracia representativa parte dos mesmos grupos que, defendendo a democracia direta e a democracia participativa como melhores que a democracia representativa, estão consorciados ao PT de José Dirceu.
O questionamento que tem que ser feito é para essa estrutura que ao contrário da negociação precisa comprar tudo e todos como única forma para se perpetuar. Isso é o inverso da proposta democrática que assimila e admite a alternância de poder.
Talvez esteja na hora de rediscutirmos o Parlamentarismo como forma de gestão e fazer política, inclusive e principalmente nos municípios.

Demetrio Carneiro