O José R. Afonso, em seu último mailling, com o tema “Emergentes”, apresenta um texto bem interessante da CEPAL – em inglês: Regional trade and growth in Asia and Latin America: the inportance of productive complementarity , Renato Baumann - sobre a questão da integração produtiva na América Latina. O ponto de partida é o “modelo” regional de integração produtiva utilizado na Ásia, que trabalha basicamente articulando as cadeias produtivas entre diversos países. A idéia não chega a ser novidade e já foi utilizada em outras etapas da divisão internacional do trabalho, mas nunca com tanta eficiência e capacidade de coordenação, o que acaba dando a esses produtos uma forte vantagem competitiva no mercado internacional. Tempos atrás acho que é de 2007 o texto, o Tony já havia escrito sobre essa questão do modelo asiático, justamente comentando que usar as vantagens competitivas das nações latino-americanas de forma coordenada seria o caminho para competir no mundo atual.
Nosso único problema é que a infraestrutura, não apenas a brasileira, mas a latino-americana é precária. Se somarmos a isto as questões da absurda burocracia cartorial brasileira, ao menos, a incapacidade de produção de financiamento de longo prazo internamente, fora das agências estatais que usam a dívida pública para alavancagem, e, ainda, o verdadeiro diálogo de surdos que é a questão das relações comerciais entre as nações do continente, vamos verificar que o projeto é muito bom, mas que as mudanças teriam que ser muito mais profundas do que o atual debate sobre o crescimento, que não sai do espaço câmbio e inflação, sugere.
Estou relendo o livro do Simonsen, “Brasil 2002”, que é de 1978, portanto lá se vão 43 anos, bem mais que uma geração. Lá pelas tantas, em “Equação Externa”, ele comenta:
Por último os entraves burocráticos e portuários....Além disso nossos transportes, em geral, e os portos, em particular não privavam pela eficiência, nem pelos baixos custos...”
Não dá para dizer que é novidade e que havia outros temas mais relevantes para discutir....
Demetrio Carneiro