Nossos nacional-desenvolvimentistas são ardorosos defensores do controle da capitais. Da mesma forma são defensores da proteção da industrial nacional. Semana passada quando na reunião do Rio do representante oficial do FMI se posicionou de forma “compreensiva” quanto ao controle cambial devem ter isso ao orgasmo, lá no privado é claro, pois o FMI representa o mal e o mal só pensa e faz coisas más. No dia seguinte quando o titio Mantega disse que o governo não pensa em adotar o controle cambial teve ter sido um banho de água fria.
De qualquer forma a questão é saber se a desendustrialização é um argumento para justificar o avanço do Estado em direção a mais poder e mais controle, agora na área cambial, o que na realidade é uma premissa ideológica, ou se ela existe de fato. Desse ponto de vista nossos ilustres acadêmicos ficam devendo fatos, já que o firme e consistente crescimento do produto industrial ao longo desses últimos anos, no mesmo período em que os termos de troca passaram de desfavoráveis e favoráveis, mostra justamente o contrário.
Então senhores...menos cascata e mais dados...
Quem sabe ao contrário de desendustrialização não estamos lidando é com necessidades de reformulação do projeto industrial clássico fundado no “sonho americano” do consumo sem limites e do carro próprio? Claro que nossos eminentes nacional-desenvolvimentistas não se imaginam como imitadores do modelo americano. Pelo contrário, são super originais.
Demetrio Carneiro