Muito sagaz a proposta da candidata Dilma Roussef.
A deduzir de matéria da Folha, de hoje, 9:
a) A Dívida Pública brasileira :
"Se comparar o Brasil hoje com outros países dá até orgulho, porque temos uma relação de endividamento muito baixo no setor público."
b) Se a Dívida Pública é baixa, então...
c) A proposta “revolucionária” é reduzir a carga tributária sobre as despesas trabalhistas “provisoriamente”...
d) Assim os empresários ficariam “estimulados” a contratar mais empregados...
e) De onde virão os recursos para que a redução “provisória” da carga não onere o já onerado orçamento previdenciário?
Do Tesouro Nacional.
f) Como o Tesouro faria isto, já que dinheiro não brota do chão mesmo em Brasília,embora apareça em cuecas? Simples, manda imprimir mais daqueles títulos públicos.
g) Aumenta a Dívida Pública? Aumenta, mas, como está em “a”: “ a gente até tem orgulho” de dever tão pouco.
h) A candidata fala em aumentar a base de arrecadação e assim “compensar” no longo prazo a redução da tributação.
Esqueceu, talvez, de explicar que sem uma reforma previdenciária mais pessoas pagando menos iriam apenas aumentar o déficit atual, mas pelo visto isso não deve ser importante.
Como Lula talvez também não goste de ler. Portanto não deve ter lido o Relatório do FMI que nos coloca, entre 27 nações emergentes, num honroso 3º lugar na ordem dos maiores devedores. Atrás apenas da Índia e da Hungria.
Talvez ela tenha entendido mal quando seus assessores falaram em 3º lugar...
Enfim, dá para entender por qual motivo o PAC não podia dar e não deu certo certo...
Demetrio Carneiro