quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A CRISE NO DF


A derrocada do governo Arruda é a crise de um estilo de fazer política por apropriação privada dos recursos públicos.


Basicamente a desculpa tem sido o financiamento de campanhas. Supostamente para se eleger um deputado federal custa tantos milhões, um estadual tantos etc...O mesmo para eleger um governador, um prefeito etc...O esquema milionário de PC Farias nada mais era que criar um “caixa” para sustentar o projeto eleitoral do grupo Collor. O mensalão do PT e aliados tinha o mesmo objetivo. No governo Arruda o que estamos vendo é a mesma coisa.

Obviamente a única forma de utilizar recursos públicos para financiar a reeleição de grupos no poder é a corrupção. Na outra ponta é necessário que haja empresários dispostos a ratear seus lucros. Também é necessário que o custo de bens e serviços oferecidos ao setor público sejam onerados para comportar este rateio. Ganham empresários e políticos. Perde o contribuinte que é quem financia todo o esquema no fim do dia.

Uma enorme colaboração vem da inexistência de mecanismos mais eficientes de controle da sociedade. Os tradicionais mecanismos de controle social vão funcionando, nem que seja à custa de esposas traídas, funcionários decepcionados, interesses de adversários ou delação premiada, mas funcionariam bem melhor com a presença mais atenta da cidadania.

Seja como for o recado as sociedade é claro e direto. Fora do círculo dos favorecidos, gestores, candidatos, equipes de apoio, cabos eleitorais, enfim, ganhadores diretos ou indiretos do processo, não há ninguém que aceite isto. Sucessivos governos têm deixado de lado as reformas que todos sabemos necessária e, principalmente, a mais importante delas, a Reforma política.

Às vésperas de uma eleição federal em 2010, está na hora dos partidos políticos priorizarem propostas consistentes e factíveis para hoje e não para o próximo século.

Demetrio Carneiro