quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

DE VOLTA A NOVA MATRIZ






De volta a Nova Matriz...

É bom registrar, pois depois a gente pode voltar e comparar. Quando Dilma veio com a conversa fiada da Nova Matriz nós registramos que era o caminho da crise.

Agora pressionada pela baixa aceitação, a necessidade de sobrevivência do PT e muito provavelmente a necessidade de Lula de estar bem no centro do jogo para intimidar as investigações em andamento, o governo retoma o projeto de Nova Matriz.

Vamos combinar que, de fato, o ministro, Levy, seria uma pedra no sapato desse projeto.

Não foi muito doloroso, bastou uma reunião de Lula com Delfin e Belluzzo, seguida de uma reunião de Dilma com Tombini. Tombini até pode dizer que ouviu os conselhos de Stiglitz.

            Expectativa de inflação superior a 10% em 2016 e a caminho de 10% em 2017.
            Continuidade da expansão fiscal
            Déficit no orçamento federal de 2016.
            Manutenção e valorização do falso dilema inflação x crescimento.

A esquerdinha vai comemorar, mas o que Dilma entregará no fim do dia será mais inflação e menos crescimento.


Em tempo: pelo menos a fábula do BC "independente" foi enterrada de vez e os agentes econômicos já sabem para onde olhar...

Fonte da imagem: http://www.tribunadaimprensaonline.com/2015/09/o-planejamento-desplanejado-do-governo.html

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

SE ALGUÉM ESTÁ DANDO UM GOLPE É O GOVERNO DILMA!




Márcio Garcia e J.R. Afonso dão o mapa dos atos irresponsáveis e ilegais cometidos por Dilma, atos que justificam o impeachment e estão muito longe dessa conversa furada de "golpe".

“Golpe” com base na CF e reconhecimento do Supremo... Só mesmo os neoevangélicos petistas para cair nessa lorota, isso depois de terem pedido o impeachment de TODOS os presidentes eleitos a partir da nova constituinte!

Tem mais: os autores chamam a atenção para outros ilícitos. Vela ler a matéria, que está linkada, acima, mas só para exemplificar: O Banco Central pagou ao Tesouro Nacional R$ 176 bi recentemente por conta da desvalorização do real. Esse recurso pode ter sido utilizado para cobrir as pedaladas originais. Detalhe, a transferência se deu por conta de um suposto lucro com a valorização do dólar, nos últimos meses. Quer dizer, se o BC comprou dólar a um real, por exemplo, e ele hoje custa um real e cinquenta, então os cinquenta centavos são um ganho. O problema é que o BC não vendeu um dólar sequer. Supondo um ganho o BC transferiu para o Tesouro um recurso que na realidade não existe. Uma pergunta inocente seria: se o real apreciar o TN vai devolver ao BC o valor corrigido? Enfim, é ou não é uma antecipação de receita, que, mais uma vez, infringe a LRF?


Essa enrolação é meio parecida com a inclusão na receita de 2016 da possível arrecadação da CPMF. No papel é tudo muito bonito, mas na prática ou é uma chantagem aberta contra o Congresso Nacional, com base num argumento do tipo: “Eu tentei obter receita, o Congresso não deixou” ou, pior, é mais um golpe com a única finalidade de disfarçar um previsível déficit em 2016. A escolha é livre. 

Fonte da Imagem: http://lopesdespachante.com/pedaladas-fiscais-no-governo-dilma-rousseff/

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O BC DEVE SUBIR A TAXA SELIC: JOGA PEDRA NA GENI?





         A uma semana das decisões do Copom sobre aumentar ou não a taxa SELIC.... Nos últimos dias viu-se de tudo, desde posições defendendo a alta até posições defendendo a estabilidade ou até a redução. Em jogo essa difícil relação entre crescimento econômico e política monetária.  

Muitos preferem acreditar, ainda, na flexibilização da inflação. Outros acham que, como a inflação apresenta uma suposta trajetória descendente e a crise parece acelerar, o aumento da SELIC só agravaria o quadro de recessão quase depressão. 

Ambos os argumentos não consideram o peso e a contradição de uma política fiscal que não sabe se é expansiva ou restritiva, Se saca do Fundo Soberano ou se cria dívida nova. Se olha para as eleições de 2016 ou se olha para o futuro do país. 

Muito menos parecem considerar a questão da confiabilidade do governo e percepção de risco dos agentes econômicos. Um dado relevante é a notícia publicada hoje no Valor sobre a confiabilidade dos bônus soberanos brasileiros, com prazo de 10 anos. Segundo a matéria o México vende seus bônus a 6,7% ao ano, o Peru a 7% ao ano e a Rússia, o segundo pior número entre os emergente vende a 10,44 % ao ano. Os papéis brasileiros em 2015 foram de 12,30% ao ano para 16,11% ao ano. Quase o dobro dos papéis do México e do Peru e cinquenta por cento a mais do que o segundo maior, a Rússia!

No quadro atual a percepção dos agentes é relevante e pode impactar de forma poderosa os preços. Basta olhar para os sucessivos aumentos na previsão de inflação para 2016 e 2017. Estudos já mostram que hoje a expectativa dos aumentos futuros já alimenta a correção presente dos preços em um percentual bastante significativo, bem acima do que seria considerado normal. 

O PT e seu movimento social chapa branca já se manifestaram contra, mas é a rotina. Provavelmente só não vieram mesmo para cima por conta da esperança de Lula e seu grupo de usar o governo Dilma como plataforma para 2018. 

A surpresa foram as declarações de Dilma apoiando a autonomia do BC. Até onde lembramos seria a primeira vez desde que Dilma aparece no cenário político.

Noves fora não resta muitas alternativas em termos de política econômica. O BC precisa sim emitir um aviso ao mercado e ele deverá se dar na forma de aumento da SELIC. 

E se não der certo? Então a melhor solução será apertar o cinto, pois a situação terá ficado fora de controle.

Fonte da imagem: http://pavablog.blogspot.com.br/2006/12/joga-pedra-na-geni.html

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

DILMA A GESTORA MODELO DA PETROBRAS




Dilma era uma solene desconhecida do grande público quando Lula decidiu que ela era a melhor candidata do PT para 2010. Tinha sentido, aparentemente não constituía risco aos planos de continuidade de Lula e não geraria questões internas que iriam surgir com outro candidato petista, fosse qual fosse. O tempo se encarregaria de demonstrar que foi um erro. A tentativa de manter o PT unido em torno de um nome custou ao PT uma profunda divisão, aparentemente insanável.

O fato é que Dilma foi a candidata e foi apresentada à nação como gestora de primeira linha, especialmente dado o sucesso da Petrobras. Foi o momento do delírio do Pre Sal, que viria para salvar a pátria. Os bilhões cairiam no caixa do governo, tornando desnecessária a dependência de investidores externos para financiar nosso crescimento, já que o governo por si vinha historicamente reduzindo sua participação nos investimentos internos, fixado que estava em gastos para manter a Coalizão Neopatrimonialista. Naquele momento o modelo de exploração foi posto no colo da empresa, com participação obrigatória em todos os investimentos e os grupos corporativos públicos e privados travaram uma pesada batalha pelos sonhados resultados da exploração de nosso bem natural.
 
O que a história nos trouxe foi bem diferente. O pouso não tão suave da economia chinesa, a exploração do xisto nos EUA/Canadá, a recuperação mais lenta da economia mundial e as infelizes escolhas na formação de alianças geoestratégicas, acabaram por desfazer o sonho.

O preço do petróleo despencou no mercado internacional e, para piorar, nossas tecnologias vão surgindo. No fim do século XIX imaginava-se que apenas o esgotamento da exploração do carvão forçaria o surgimento de produtos alternativos. Não foi o que aconteceu. O petróleo virou o principal produto bem antes do esgotamento das minas, que operam até hoje. Nada desautoriza imaginar que algo semelhante ocorra com o petróleo. A aventura do Pre Sal e os milhões gastos em divulga-la, com o devido uso eleitoral, desfocaram essa leitura da possibilidade de substituição. Certamente um comportamento mais centrado no uso meticuloso dos recursos teria sido melhor. Mas, infelizmente continuamos importando petróleo e a política rasteira de manter preços internos artificialmente baixos acabou gerando à empresa um prejuízo de mais de U$ 60 bilhões. Prejuízo que, agora na contramão da crise, precisa ser reposto para viabilizá-la financeiramente, já que entre as petroleiras do mundo ela é a mais endividada.

Apesar de tudo o governo ainda insiste em cantar favas. Recentemente, 12/11, Valor, o presidente da empresa, aliás presente nos escândalos de corrupção, anunciou que o custo de produção do Pre Sal havia caído. Na realidade em maio, 11, o portal chapa-branca 247, já anunciava que o custo havia caído para U$ 9,00 e usava o fato para argumentar que a empresa não devia abrir mão de investir diretamente na exploração dos campos. Só não explicava de onde viriam os recursos.  Contudo estávamos falando de custo de produção e não preço final. Para o preço final outra matéria, essa do Estado de São Paulo, 25/10, colhia de Solange Guedes, diretora de Exploração e Produção da Petrobrás, a informação de que seria de U$ 45,00. Embora o presidente da empresa tenha festejado o novo custo de U$ 8,00, de forma irresponsável, parece ser um hábito desse governo, comparou com o custo de produção com o custo final atual do barril de cerca de U$ 30,00. Obviamente desavisas veriam ali uma enorme vantagem. Para piorar já há quem preveja o barril abaixo de U$ 20,00.

Enfim, só mesmo os petistas mais alienados, ou sindicalistas profissionais, conseguem olhar para esse quadro sem perceber o quanto os governos petistas destruíram o que eles mesmos chamam de maior patrimônio do povo brasileiro.

O resultado dos erros de leitura estratégica, do uso político do preço do combustível, da inserção da empresa no esquema de usos e abusos da Coalizão Neopatrimonialista, nos trouxe a atual situação em que o plano de trabalho apresentado pela Petrobras derrubou as ações e as levou para seu patamar mais baixo, desde maio de 2004.


Algum tempo atrás Lula e Dilma estimularam trabalhadores a trocar seus recursos no FGTS por ações da empresa. Mais uma enganação. Talvez esteja na hora de pedirem seu dinheiro de volta.

Fonte da imagem: http://charges.uol.com.br/2014/04/15/cotidiano-o-petroleo-e-nosso/

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O CUSTO PARA DILMA PERMANECER NO PODER





Dilma, com perdão do vocabulário, rebola para permanecer sentada na cadeira número um desse nosso tortuoso regime presidencialista.
Diariamente a mídia relata as idas e vindas desse processo. O assunto do dia é Jaques Wagner abatido pelo que parece ser a maldição da Casa Civil, que já acumula um razoável número de envolvidos com os escândalos da Era Petista. Ao que tudo indica Wagner foi vítima de fogo amigo em decorrência do embate interno sobre que sentará no lugar de Dilma em 2019. Em se tratando de PT qualquer um pode ser vítima da fábrica de dossiês.
Pelo bem ou pelo mal Dilma está sendo aconselhada a sacar seu pacote de bondades para tentar acalmar os ânimos. Pare tal informa que irá se reunir com empresários e trabalhadores para saber de suas mais sentidas demandas. E adicionou ao seu projeto a Reforma Tributária, além da Reforma Previdenciária.
Enquanto Dilma faz de conta que tem um projeto o mercado segue firme nas projeções desanimantes...a queda do PIB prevista para 2016 já se aproxima dos 3% e a inflação vai beirando os 7%. Para 2017 o PIB vai encolhendo na direção do zero e a inflação prevista está bem acima da meta: 5,2% contra o esperado 4,5%, jogando o compromisso da Estabilidade para 2018...
Certamente ainda vai faltar incorporar as pioras ao longo do ano tanto por conta da possível alta dos juros dos papéis americanos, quanto por conta do pouso não muito suave da economia chinesa. Os papéis das empresas brasileiras na área metalúrgica que o digam. Em especial a pouso da economia chinesa é um fator a mais na crise brasileira, dada a decisão de atrelar nossa economia à leitura sul-sul, abandonando os acordos com os EUA e Comunidade Europeia. Foi mais uma escolha nitidamente ideológica e a conta vai chegar. Embora comparativamente o crescimento chinês ainda seja muito vigoroso essa queda de demanda pode ser a sinalização da queda de investimentos. Lembrando que o governo contava, e muito, com investimentos chineses.
Ainda não sabemos o quanto negativa será essa incorporação, mas já podemos imaginar que alguma recuperação minimamente plausível, algo como 2% ou um pouco mais, só desenha a partir 2020. Se for assim terá sido um longo ciclo de crise e seus custos em termos de Capital Humano e Capital Físico poderão ser muito altos. Nesse espaço de uma década certamente teremos uma enorme perda de qualificação do capital humano e superação tecnológica do capital físico. Tudo aponta para um outro longo período de produção medíocre, até que se recomponham capital humano e físico alinhados com o resto do mundo.
Desorientada Dilma acabará por imprimir um efeito multiplicador negativo ao nosso crescimento. Talvez e por saber disso atira promessas para todos os lados e busca uma credibilidade que não tem e não apresenta condições de recuperar. Vai sair do PT? De que adiantaria? Vai fazer Reformas? Como? Vai defender o aumento da taxa Selic? Orientando os bancos públicos para que gastem e sacando do Fundo soberano?

Então é assim. Estamos presos nas amarras do regime presidencialista e provavelmente condenados a viver o desgoverno, a ingovernabilidade, mais alguns anos, caso não prospere a proposta de impeachment. 

Fonte da imagem: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/pouso-da-china-e-novo-obstaculo-para-o-brasil-c536xluwzbgr2ychw6v3m8l6j

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

QUANDO O VELHO NÃO TERMINA E O NOVO NÃO COMEÇA

                        







          Então...a matéria acima, publicada no O Globo em 2012, fazia um relato bastante comum em se tratando de Congresso Nacional: das empresas que o TCU considerava inidôneas para transações com o governo apenas umas poucas eram de fato barradas. E jamais as maiores. Naquele ano foram três barradas entre vinte e duas.

         Recuando mais um pouco no tempo lembramos que a proposta de criar uma Comissão de Obras Irregulares foi originada na Câmara dos Deputados e a intenção era evitar que empresas que cometiam todo o tipo de irregularidades permanecessem como fornecedoras de obras e serviços ao governo federal. 

         O esquema até que é bem simples. O tribunal de Contas da União, lembrando que é uma estrutura auxiliar do Congresso Nacional, todo ano elabora uma lista de empresas que o TCU considera suspeitas por indícios de irregularidades constatadas por seu eficiente corpo técnico. A lista é enviada para o Congresso Nacional e entregue a Comissão Mista de orçamento que se encarrega de criar uma Comissão de Obras Irregulares formada por parlamentares. Aquelas empresas ou obras que forem glosadas pela comissão não poderão mais receber dotações federais via Orçamento. Suas excelências se avocam o poder de vida ou morte financeira. É simples, mas envolve muitos interesses.

        Para suas excelências a avaliação do corpo técnico do TCU é mera referência que pode ou não ser aceita. É bem parecido que a questão do parecer do TCU sobre as pedaladas de Dilma, parecer rejeitado pelo parlamentar relator. A diferença entre um ato e outro é que ao rejeitar o parecer do TCU sobre as pedaladas de Dilma o parlamentar realizou uma transação de linha direta com o Planalto, já que é membro da base de apoio de Dilma. Já no caso dos relatórios do TCU sobre obras irregulares o que está em jogo são transações futuras envolvendo bilhões de reais.

        Agora o STF, com base em delações feitas por envolvidos na operação Lava Jato, decide investigar se por acaso bondades como aquelas de 2012 realmente foram cortesia ou se alguma coisa a mais animou suas excelências. O esquema caberia bem em uma obra literária. O filho do Presidente do TCU tentava primeiro barrar o processo antes de ir para o Congresso. Caso não conseguisse avisava a seus contatos na Comissão e pedia que intercedessem em seu favor mediante módicas contribuições para campanhas eleitorais. Na matéria, Pessoa, o delator, cita diretamente Candido Vaccarreza, então deputado pelo PT de São Paulo, como seu contato no Congresso e beneficiário direto pelos agrados. O caso concreto é o das obras da Refinaria da Petrobras Presidente Getúlio Vargas, no Paraná. O TCU sugeriu a glosa, que não foi acatada. 

        A Revista Época, em matéria de 2011, já apontava os indícios de superfaturamento. Conforme a matéria: “Nos últimos dois anos, o TCU propôs a paralisação das obras para evitar o possível desperdício de dinheiro público. Foi impedido pela atuação do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Neste ano, a reforma na refinaria virou caso de polícia. ” No rol das empresas as já conhecidas Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS e Mendes Júnior. Seria mera coincidência?

        Da mesma forma será coincidência a MP assinada pela senhora presidente que praticamente dá uma carta de alforria para as mesmas empresas, mediante o pagamento de um tico tico? Certamente não é como avalia o Infomoney: que destaca o caráter bem pouco republicano da proposta de Dilma, apresentada ao Congresso Nacional já nos últimos dias de 2015, curiosamente depois de iniciado o recesso. 

        Dilma e Lula foram ativos divulgadores dos enormes benefícios das obras feitas na refinaria do Paraná. Certamente outra mera coincidência...

        Jacques Wagner, atual Chefe da azarada Casa Civil, instituição cujo o maior mérito tem sido a prisão de sucessivos chefes, num ataque de sinceridade muito original declarou recentemente que o PT deveria abandonar as velhas formas de fazer política. A dúvida sempre vai ser se sobra alguém para tocar o partido depois que o PT obviamente abandone os “velhos praticantes”.

        Seja como for parece que entre nós o velho insiste em permanecer e enquanto o novo não surge ficamos todos presos nesse território de ninguém onde as manchetes de prisões e investigações se tornam rotina. Enquanto isso o futuro nunca chega.

Fonte da imagem: http://cadaumnasualua.blogspot.com.br/2015/04/pensando-sobre-ponte_10.html




segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O QUE SERÁ O AMANHÃ? TEMPO 2








“O realejo diz que eu serei feliz...” Mas seremos mesmo? O governador do estado do Rio, a base garantida de Dilma, diz aos leitores do O Globo: "Acredito que a gente vá ter crescimento econômico, não dá para ter outro ano como 2015".
Enquanto a basealiada esbanja otimismo o “mercado” prevê uma recessão do tamanho de um PIB de menos 2,9% e uma inflação de 6,8%. Em paralelo o dólar vai a R$ 4,30 e o Brasil fica entre os 10 maiores riscos de 2016, para o mercado internacional.
A FGV, hoje no Valor Econômico, estima, diferentemente do mercado, a inflação de 2016 em 7,3% devido ao que define como inércia. Por óbvio não será em 2016, e talvez nem em 2017, que a inflação vai chegar onde o BC quer que ela chegue.
Talvez a questão principal não seja o câmbio ou a inflação. Embora a previsão de 7,3% já devesse começar a preocupar ao menos os mais responsáveis. A questão é como sair da depressão, ou alguém tem um nome melhor, vistas as previsões para 2016?
O PT, sempre segundo a mídia, já deu a sua solução de esquerda: mais impostos e mais dívidas. As últimas seriam depositadas no colo da aliança geoestratégica preferida do partido, a China. Vamos combinar que o keynesianismo de prateleira petista não conseguiria apresentar outra proposta. Aumentar impostos numa situação onde a arrecadação chegou em dois trilhões e falta recursos para tudo é uma complicação que nem mesmo a saia justa que o Congresso vestiu ao aprovar na lei orçamentária uma proposta de tributação que não havia aprovado em plenário, vai resolver. Da mesma forma contrair dívidas com a China ou com o Lesoto que seja, também resolverá, pois estamos falando de um saco sem fundo, metade construído por incompetência e metade por má fé.
A Focus de 31 de dezembro que estimava a queda de 2016 em 2,95%, estimava a queda no PIB de 2015 em 3,71%. Ora, uma pela outra, essas quedas combinadas representarão um recuo de aproximadamente 6,71% no PIB brasileiro, o que significa praticamente voltar ao ano do primeiro mandato de Dilma. Quando houver retomada ela se dará com base nesse recuo. Adicionalmente é muito difícil imaginar que os maus resultados não venham a impactar 2017 e 2018.
Diferentemente de outras crises associadas ao comportamento da economia externa a atual, assim como a jabuticaba, é coisa nossa. As crises geradas a partir de nossa relação com o resto do mundo foram marcadas como crises relativamente curtas. Nada autoriza a imaginar que essa depressão tenha voo curto. Mais provável imaginar que tenhamos pela frente o período mais longo de crise na história da economia brasileira. Estamos bem longe da destruição criativa de Schumpeter. Nossa destruição é destrutiva mesmo e esse é um ciclo de desconstrução do crescimento que pode ser medido pela rápida que do produto potencial que é calculado hoje em 0,9%. Trazer de volta o produto potencial para níveis mínimos de 2%/3% irá exigir a reconstrução do que está sendo destruído. Estamos falando de complexas questões de infraestrutura. Questões que não se resolvem num piscar de olhos. Ao contrário demandam anos e muito recurso.
Ao mesmo tempo nossas janelas de oportunidades vão sendo perdidas. A Índia, por ter sabido bem aproveitar seu bônus demográfico, deverá ultrapassar a China em termos de crescimento nos próximos ano. Nós, nesse exato momento, estamos condenando toda uma geração à subutilização de Capital Humano, Capital Humano que seria fundamental nessa retomada. Simplesmente não haverá como retomar e, após a retomada, disponibilizar Capital Humano em quantidade e qualidades necessárias. A regra é simples: quanto mais nos afastamos dos outros países, especialmente dos emergentes, mais difícil se tornará um realinhamento.
O custo real da dominação petista ainda irá ser definido no futuro e nas próximas décadas. No momento só podemos vislumbrar.

Fonte da imagem: http://confissoesdepai.blogspot.com.br/2011/02/estou-procurando-um-realejo.html




quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O QUE SERÁ O AMANHÃ?






Continuando...o realejo diz que eu serei feliz! Seremos todos felizes? São naturais nessa época do ano votos de muita felicidade e prosperidade.

Vamos torcer para que seja verdade, mas nada indica que 2016 será melhor que 2017. Uma entrevista feita ontem com um empresário da informalidade dá a pista. Perguntado como iam as vendas ele disse que só começou a vender quando baixou o preço pela metade. Com o preço pela metade ele “ganhava pouco”, mas estava vendendo. Do que se trata? Ambição desenfreada? Preferimos apostar num seguro contra a inflação futura. É simples. O produtor não calcula seus custos passados. Verificando a alta generalizada ele calcula seus custos futuros. Ou seja, ele embute no seu preço a inflação futura e não apenas a passada. Este é o movimento de retroalimentação que deveria estar preocupando quem produz a política econômica de governo.

Nosso problema é que Dilma, e Barbosa, é do time da relativização. Ainda dotam a máxima de Delfin quando ministro da ditadura. Delfin afirmava que uma inflação de 12%, “um pouco de inflação”, não faz mal a ninguém e ajuda o país a crescer. É essa a mensagem que a presidente envia para o distinto público ao falar em um ajuste fiscal que permita o crescimento. Certamente é menos radical que Belluzzo que afirma que primeiro precisamos crescer para depois fazer o reajuste, mas o atalho da relativização está claro em ambos os casos.

Mas não fica apenas nisso.

O orçamento de 2016 tem toda a pinta de virar deficitário, mesmo com a aprovação compulsória da CPMF – mais uma vez o Congresso irá ficar de joelhos? -  pois a previsão de queda do produto é inicial. Sabemos que não há nada no horizonte de 2016 que indique uma melhoria relativa. Pelo contrário. Fatos como a perda do grau de investimento indicam o contrário. Tanto é assim que os gênios da economia já decidiram sacar por conta do Fundo Soberano R$ 800 milhões para tapar alguns buracos. Não custa lembrar que nosso fundo não é infinito e que não se trata exatamente de um exemplo de confiabilidade na condução da política fiscal.

É. Talvez o realejo precise se reprogramado, pois 2016 pode ser um ano bem complicado para nós e para um governo que precisa se apoiar em aliados rotos e trôpegos, como o governador do Estado do Rio.

O melhor símbolo da política de Dilma é a família Picciani e seu poço sem fundo do baixo clero. Com o debate sobre o impeachment entrando fevereiro à dentro e com a natural queda da atividade econômica de início de ano, multiplicada pela má gerência e crise de confiança, certamente o custo da basealiada vai crescer e novas despesas se farão necessárias. Melhor dar adeus ao ajuste fiscal. De fato, de fato, só promessas largadas ao vento como a Reforma da Previdência que conta com a desaprovação de todas as centrais. Não por acaso o bom moço começou a levar pedrada sem que sequer se completassem as primeiras 24 horas no cargo.

Para 2016 só falta mesmo é uma grande surpresa do tipo “bem que eu tentei, mas já que não deu certo...”. Afinal, em momento algum Dilma reconheceu que sua Nova Matriz estava errada e seu público interno realmente acredita que vai dar certo. O neoevangelismo petista está sempre à postos.

Isso tudo achamos que já sabemos. Mas, e a oposição? O que exatamente a oposição tem a oferecer ao país além do festival de bateção de cabeças.

Num ano eleitoral com repercussões fundamentais nas eleições presidenciais de 2018 a oposição tem algum projeto mais consistente, ou o projeto é cada qual para seu lado deixando o eleitor sem opções? Enfim, num momento onde o eleitor finalmente parece disposto a trocar o presente pelo futuro, qual o futuro que a oposição está disposta a apresentar ao distinto público?