Dilma, com
perdão do vocabulário, rebola para
permanecer sentada na cadeira número um desse nosso tortuoso regime
presidencialista.
Diariamente a
mídia relata as idas e vindas desse processo. O assunto do dia é Jaques Wagner
abatido pelo que parece ser a maldição da
Casa Civil, que já acumula um razoável número de envolvidos com os
escândalos da Era Petista. Ao que tudo indica Wagner foi vítima de fogo amigo
em decorrência do embate interno sobre que sentará no lugar de Dilma em 2019.
Em se tratando de PT qualquer um pode ser vítima da fábrica de dossiês.
Pelo bem ou
pelo mal Dilma está sendo aconselhada a sacar seu pacote de bondades para
tentar acalmar os ânimos. Pare tal informa que irá se reunir com empresários e
trabalhadores para saber de suas mais sentidas demandas. E adicionou ao seu
projeto a Reforma Tributária, além da Reforma Previdenciária.
Enquanto Dilma
faz de conta que tem um projeto o mercado segue firme nas projeções
desanimantes...a queda do PIB prevista para 2016 já se aproxima dos 3% e a
inflação vai beirando os 7%. Para 2017 o PIB vai encolhendo na direção do zero
e a inflação prevista está bem acima da meta: 5,2% contra o esperado 4,5%,
jogando o compromisso da Estabilidade para 2018...
Certamente
ainda vai faltar incorporar as pioras ao longo do ano tanto por conta da
possível alta dos juros dos papéis americanos, quanto por conta do pouso não
muito suave da economia chinesa. Os papéis das empresas brasileiras na área
metalúrgica que o digam. Em especial a pouso da economia chinesa é um fator a
mais na crise brasileira, dada a decisão de atrelar nossa economia à leitura
sul-sul, abandonando os acordos com os EUA e Comunidade Europeia. Foi mais uma
escolha nitidamente ideológica e a conta vai chegar. Embora comparativamente o
crescimento chinês ainda seja muito vigoroso essa queda de demanda pode ser a
sinalização da queda de investimentos. Lembrando que o governo contava, e
muito, com investimentos chineses.
Ainda não sabemos
o quanto negativa será essa incorporação, mas já podemos imaginar que alguma
recuperação minimamente plausível, algo como 2% ou um pouco mais, só desenha a
partir 2020. Se for assim terá sido um longo ciclo de crise e seus custos em
termos de Capital Humano e Capital Físico poderão ser muito altos. Nesse espaço
de uma década certamente teremos uma enorme perda de qualificação do capital
humano e superação tecnológica do capital físico. Tudo aponta para um outro
longo período de produção medíocre, até que se recomponham capital humano e
físico alinhados com o resto do mundo.
Desorientada
Dilma acabará por imprimir um efeito multiplicador negativo ao nosso
crescimento. Talvez e por saber disso atira promessas para todos os lados e
busca uma credibilidade que não tem e não apresenta condições de recuperar. Vai
sair do PT? De que adiantaria? Vai fazer Reformas? Como? Vai defender o aumento
da taxa Selic? Orientando os bancos públicos para que gastem e sacando do Fundo
soberano?
Então é assim.
Estamos presos nas amarras do regime presidencialista e provavelmente
condenados a viver o desgoverno, a ingovernabilidade, mais alguns anos, caso
não prospere a proposta de impeachment.
Fonte da imagem: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/pouso-da-china-e-novo-obstaculo-para-o-brasil-c536xluwzbgr2ychw6v3m8l6j