quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O QUE SERÁ O AMANHÃ?






Continuando...o realejo diz que eu serei feliz! Seremos todos felizes? São naturais nessa época do ano votos de muita felicidade e prosperidade.

Vamos torcer para que seja verdade, mas nada indica que 2016 será melhor que 2017. Uma entrevista feita ontem com um empresário da informalidade dá a pista. Perguntado como iam as vendas ele disse que só começou a vender quando baixou o preço pela metade. Com o preço pela metade ele “ganhava pouco”, mas estava vendendo. Do que se trata? Ambição desenfreada? Preferimos apostar num seguro contra a inflação futura. É simples. O produtor não calcula seus custos passados. Verificando a alta generalizada ele calcula seus custos futuros. Ou seja, ele embute no seu preço a inflação futura e não apenas a passada. Este é o movimento de retroalimentação que deveria estar preocupando quem produz a política econômica de governo.

Nosso problema é que Dilma, e Barbosa, é do time da relativização. Ainda dotam a máxima de Delfin quando ministro da ditadura. Delfin afirmava que uma inflação de 12%, “um pouco de inflação”, não faz mal a ninguém e ajuda o país a crescer. É essa a mensagem que a presidente envia para o distinto público ao falar em um ajuste fiscal que permita o crescimento. Certamente é menos radical que Belluzzo que afirma que primeiro precisamos crescer para depois fazer o reajuste, mas o atalho da relativização está claro em ambos os casos.

Mas não fica apenas nisso.

O orçamento de 2016 tem toda a pinta de virar deficitário, mesmo com a aprovação compulsória da CPMF – mais uma vez o Congresso irá ficar de joelhos? -  pois a previsão de queda do produto é inicial. Sabemos que não há nada no horizonte de 2016 que indique uma melhoria relativa. Pelo contrário. Fatos como a perda do grau de investimento indicam o contrário. Tanto é assim que os gênios da economia já decidiram sacar por conta do Fundo Soberano R$ 800 milhões para tapar alguns buracos. Não custa lembrar que nosso fundo não é infinito e que não se trata exatamente de um exemplo de confiabilidade na condução da política fiscal.

É. Talvez o realejo precise se reprogramado, pois 2016 pode ser um ano bem complicado para nós e para um governo que precisa se apoiar em aliados rotos e trôpegos, como o governador do Estado do Rio.

O melhor símbolo da política de Dilma é a família Picciani e seu poço sem fundo do baixo clero. Com o debate sobre o impeachment entrando fevereiro à dentro e com a natural queda da atividade econômica de início de ano, multiplicada pela má gerência e crise de confiança, certamente o custo da basealiada vai crescer e novas despesas se farão necessárias. Melhor dar adeus ao ajuste fiscal. De fato, de fato, só promessas largadas ao vento como a Reforma da Previdência que conta com a desaprovação de todas as centrais. Não por acaso o bom moço começou a levar pedrada sem que sequer se completassem as primeiras 24 horas no cargo.

Para 2016 só falta mesmo é uma grande surpresa do tipo “bem que eu tentei, mas já que não deu certo...”. Afinal, em momento algum Dilma reconheceu que sua Nova Matriz estava errada e seu público interno realmente acredita que vai dar certo. O neoevangelismo petista está sempre à postos.

Isso tudo achamos que já sabemos. Mas, e a oposição? O que exatamente a oposição tem a oferecer ao país além do festival de bateção de cabeças.

Num ano eleitoral com repercussões fundamentais nas eleições presidenciais de 2018 a oposição tem algum projeto mais consistente, ou o projeto é cada qual para seu lado deixando o eleitor sem opções? Enfim, num momento onde o eleitor finalmente parece disposto a trocar o presente pelo futuro, qual o futuro que a oposição está disposta a apresentar ao distinto público?