A uma semana das decisões do Copom sobre
aumentar ou não a taxa SELIC.... Nos últimos dias viu-se de tudo, desde
posições defendendo a alta até posições defendendo a estabilidade ou até a
redução. Em jogo essa difícil relação entre crescimento econômico e política
monetária.
Muitos preferem acreditar, ainda, na
flexibilização da inflação. Outros acham que, como a inflação apresenta uma
suposta trajetória descendente e a crise parece acelerar, o aumento da SELIC só
agravaria o quadro de recessão quase depressão.
Ambos os argumentos não consideram o peso
e a contradição de uma política fiscal que não sabe se é expansiva ou
restritiva, Se saca do Fundo Soberano ou se cria dívida nova. Se olha para as
eleições de 2016 ou se olha para o futuro do país.
Muito menos parecem considerar a questão
da confiabilidade do governo e percepção de risco dos agentes econômicos. Um
dado relevante é a notícia publicada hoje no Valor sobre a confiabilidade dos bônus soberanos brasileiros,
com prazo de 10 anos. Segundo a matéria o México vende seus bônus a 6,7% ao
ano, o Peru a 7% ao ano e a Rússia, o segundo pior número entre os emergente
vende a 10,44 % ao ano. Os papéis brasileiros em 2015 foram de 12,30% ao ano
para 16,11% ao ano. Quase o dobro dos papéis do México e do Peru e cinquenta
por cento a mais do que o segundo maior, a Rússia!
No quadro atual a percepção dos agentes é
relevante e pode impactar de forma poderosa os preços. Basta olhar para os
sucessivos aumentos na previsão de inflação para 2016 e 2017. Estudos já
mostram que hoje a expectativa dos aumentos futuros já alimenta a correção
presente dos preços em um percentual bastante significativo, bem acima do que
seria considerado normal.
O PT e seu movimento social chapa branca
já se manifestaram contra, mas é a rotina. Provavelmente só não vieram mesmo
para cima por conta da esperança de Lula e seu grupo de usar o governo Dilma
como plataforma para 2018.
A surpresa foram as declarações de Dilma
apoiando a autonomia do BC. Até onde lembramos seria a primeira vez desde que
Dilma aparece no cenário político.
Noves fora não resta muitas alternativas
em termos de política econômica. O BC precisa sim emitir um aviso ao mercado e
ele deverá se dar na forma de aumento da SELIC.
E se não der certo? Então a melhor solução
será apertar o cinto, pois a situação terá ficado fora de controle.
Fonte da imagem: http://pavablog.blogspot.com.br/2006/12/joga-pedra-na-geni.html
Fonte da imagem: http://pavablog.blogspot.com.br/2006/12/joga-pedra-na-geni.html