quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O BC DEVE SUBIR A TAXA SELIC: JOGA PEDRA NA GENI?





         A uma semana das decisões do Copom sobre aumentar ou não a taxa SELIC.... Nos últimos dias viu-se de tudo, desde posições defendendo a alta até posições defendendo a estabilidade ou até a redução. Em jogo essa difícil relação entre crescimento econômico e política monetária.  

Muitos preferem acreditar, ainda, na flexibilização da inflação. Outros acham que, como a inflação apresenta uma suposta trajetória descendente e a crise parece acelerar, o aumento da SELIC só agravaria o quadro de recessão quase depressão. 

Ambos os argumentos não consideram o peso e a contradição de uma política fiscal que não sabe se é expansiva ou restritiva, Se saca do Fundo Soberano ou se cria dívida nova. Se olha para as eleições de 2016 ou se olha para o futuro do país. 

Muito menos parecem considerar a questão da confiabilidade do governo e percepção de risco dos agentes econômicos. Um dado relevante é a notícia publicada hoje no Valor sobre a confiabilidade dos bônus soberanos brasileiros, com prazo de 10 anos. Segundo a matéria o México vende seus bônus a 6,7% ao ano, o Peru a 7% ao ano e a Rússia, o segundo pior número entre os emergente vende a 10,44 % ao ano. Os papéis brasileiros em 2015 foram de 12,30% ao ano para 16,11% ao ano. Quase o dobro dos papéis do México e do Peru e cinquenta por cento a mais do que o segundo maior, a Rússia!

No quadro atual a percepção dos agentes é relevante e pode impactar de forma poderosa os preços. Basta olhar para os sucessivos aumentos na previsão de inflação para 2016 e 2017. Estudos já mostram que hoje a expectativa dos aumentos futuros já alimenta a correção presente dos preços em um percentual bastante significativo, bem acima do que seria considerado normal. 

O PT e seu movimento social chapa branca já se manifestaram contra, mas é a rotina. Provavelmente só não vieram mesmo para cima por conta da esperança de Lula e seu grupo de usar o governo Dilma como plataforma para 2018. 

A surpresa foram as declarações de Dilma apoiando a autonomia do BC. Até onde lembramos seria a primeira vez desde que Dilma aparece no cenário político.

Noves fora não resta muitas alternativas em termos de política econômica. O BC precisa sim emitir um aviso ao mercado e ele deverá se dar na forma de aumento da SELIC. 

E se não der certo? Então a melhor solução será apertar o cinto, pois a situação terá ficado fora de controle.

Fonte da imagem: http://pavablog.blogspot.com.br/2006/12/joga-pedra-na-geni.html