quinta-feira, 24 de julho de 2014

BOLSA FAMÍLIA, ELEIÇÕES E PROPOSTAS DE MUDANÇA



É assim: o PT espalha o terrorismo dizendo que a oposição "vai acabar com o Bolsa Família". Os candidatos de oposição enfiam a viola no saco e não dizem nada de muito concreto. 

Ai a gente descobre que há críticas dentro do próprio PNUD, que sempre era posto como uma linha de defesa do programa. Lendo o que está abaixo o que fica claro é o que sempre se disse: o bolsa, independentemente da desculpa que o governo dá, não é um programa com porta de saída. É assistencialista. O resto é muita publicidade, alguma mentira e muito papo furado. 

A "revolução social do PT" é, depois de dar uma melhorada(1), deixar os extremamente pobres e os muito pobres exatamente onde estão...

"Para representantes do PNUD que trabalharam no texto final, no entanto, o Bolsa Família é uma ferramenta especialmente para situações emergenciais. "Mas a nossa avaliação prevalece. O debate está praticamente decidido", afirmou Chediek. Ele ainda comentou a crítica da oposição ao governo brasileiro de que o programa não tem porta de saída. O coordenador do PNUD avaliou que os beneficiários têm dificuldades de sair do programa porque contam com "capital social" muito baixo, vivem em regiões de poucas oportunidades econômicas e não possuem um bom nível educacional."




Em conexão com esse tema outra matéria é interessante:

IDH do Brasil sobe, mas evolui em ritmo cada vez menor

Gabriel Castro, Veja

O Brasil subiu uma posição no novo ranking do Desenvolvimento Humano das Nações Unidas. O país continua evoluindo, mas num ritmo cada vez menor. O índice, que vai de 0 a 1, foi de 0,744 em 2013. Quando aplicada a mesma metodologia aos números do relatório anterior, o IDH do Brasil em 2012 ficou em 0,742. Por esse cálculo, o Brasil passou do 80º para o 79º lugar, atrás de países como Ilhas Maurício, Cazaquistão e Líbia.

A Noruega se manteve no primeiro lugar da lista, com um IDH de 0,944. Em seguida, aparecem Austrália, Suíça, Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Nova Zelândia, Canadá, Singapura e Dinamarca. No lado oposto da tabela, a 187ª e última colocação ficou com o Niger. Os dezoito últimos colocados são africanos.



Na realidade o crescimento mais lento do IDH é decorrente não da crise econômica, como alguns dirão, mas do esgotamento do modelo assistencialista. Quer dizer, na hora que você esgota ou chega perto do esgotamento do público a receber o padrão assistencialista a qualidade média de vida para de subir. Daí para frente a única forma de melhorar o IDH é oferecer oportunidades de emprego mais qualificado, o que só se consegue com a inserção das famílias em programas de capacitação de médio e longo prazo, escolas mais eficientes etc. E, claro, ofertas de emprego mais qualificado.

Evidentemente, como essas populações são classicamente de periferia, há a oferta de soluções de habitação, saneamento, higiene e transportes públicos que são extremamente relevantes na melhoria da qualidade de vida. 

Obviamente nenhuma dessas medidas é de curto prazo, isto é, não se resolvem em um mandato e demandam altíssimos custos de investimento, o que caminha na contramão da lógica de governo atual, mas está na lógica das outras propostas?


(1) Bom lembrar que até a ideia de melhorada veio da herança maldita de FHC, pois começou com as iniciativas de Ruth Cardoso e Betinho...