Democracia é compatível com liberdade. É compatível com justiça social. Liberdade e justiça social não são compatíveis com Patrimonialismo.
O papel do Estado moderno, a partir da apropriação dos recursos oriundos do trabalho da sociedade, é prover bens públicos. Em determinadas situações coalizões formadas a partir do Poder são capazes de transformar, em seu único favor, bens públicos em benefícios privados. Políticas públicas são desviadas de suas reais finalidades e deformadas em favor de indivíduos e ou grupos. Isto é Patrimonialismo e ele se encontra enraizado em nossa República.
O Patrimonialismo É a garantia da desigualdade. O Patrimonialismo não dialoga com a redução da desigualdade ele usa reduções parciais de desigualdade como argumento para se mostrar à sociedade e principalmente aos mais desavisados como insubstituível. É o eleitor que imagina que sem o político A ou B ele não terá acesso a um bem ou serviço ao qual o Estado está obrigado e portanto oferecer o bem ou serviço não dá nenhum mérito ao político que os obtem. Daria mérito é obter do mesmo tributo mais bens, melhores serviços...ou manter bens e serviços, mas reduzir tributos...Este seria um papel Republicano de um político descomprometido com o Patrimonialismo.
O Patrimonialismo não dialoga com a democracia. Ele usa a democracia e a manipula para se perpetuar no poder.
O Patrimonialismo é a desmoralização da política como forma de negociação entre indivíduos ou entre grupos de indivíduos. O Patrimonialismo é o uso da política como forma de dominação e garantia de benefícios privados. Ele afasta a política do cidadão, criando um espaço privado e especializado favorável às negociatas, e com isso afasta do cidadão a condição de realização plena da democracia em todas as suas dimensões, inclusive a política e a social.
A luta contra o Patrimonialismo não pode ter partido ou interesse partidário. Nela não pode haver oposição ou situação, pois acima de tudo terá que estar o interesse maior do povo brasileiro. Há pró-patrimonialistas e anti-patrimonialistas em todos os partidos.
A luta contra o Patrimonialismo é essencialmente republicana e, assim, é de todos: brasileiros e brasileiras...