segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

SE A CONTA NÃO FECHA A FÉ RESOLVE?



A pesquisa do DATAFOLHA mostra uma maioria pró-impeachment na Câmara. Os 215 deputados que se manifestaram a favor não são número suficiente, mas vamos convencionar que, depois de tantos esforços de Dilma, é muito mais do que deveria ser. Há 138 deputados que não se definiram ou não responderam. Não é pouco, são 27% dos deputados. Provável que esses migrem para um lado ou outro conforme o andar da carruagem. Do ponto de vista do governo só pode representar um custo a mais.

O custo a mais do parágrafo anterior pode representar a pedra no sapato do novo ministro. Com um histórico que não deixa dúvidas o ministro Barbosa é recebido com queda na bolsa e dólar mais caro, já ultrapassando os R$ 4,00. Então, como irá se comportar o defensor da flexibilização do Equilíbrio Fiscal num momento onde se espera dele austeridade? O novo ministro irá mesmo deixar de gastar quando Dilma precisa de votos para livrar o pescoço presidencial?

A conta não fecha. Não fecharia nem com o ministro anterior. Essa longa agonia até depois do carnaval só irá piorar o problema. Os sucessivos governos petistas só fizeram piorar o sistema de compra e venda de votos no Congresso e o custo de um voto, daqueles 138 indefinidos tenderá a aumentar exponencialmente ao longo das próximas semanas. Não há nada a ser negociado por fora com a Lava Jato em andamento. As negociações terão que ser feitas por dentro. Isto é, no orçamento.

Difícil acreditar que Barbosa possa cumprir sua promessa, mesmo tendo pretendido 0%, de manter os minguados 0,5%. Mais difícil ainda acreditar que as reformas estruturais prometidas começarão pela Reforma da Previdência, idade mínima, especialmente mexendo no vespeiro da base sindical, quando o governo vê minguar seus votos no Congresso.

Enfim, exatamente o que o novo ministro tem para entregar que não seja o que Levy tentou entregar?


A resposta só pode ser: hora de ter fé, irmãs e irmãos.