A pesquisa do DATAFOLHA
mostra uma maioria pró-impeachment na Câmara. Os 215 deputados que se manifestaram
a favor não são número suficiente, mas vamos convencionar que, depois de tantos
esforços de Dilma, é muito mais do que deveria ser. Há 138 deputados que não se
definiram ou não responderam. Não é pouco, são 27% dos deputados. Provável que
esses migrem para um lado ou outro conforme o andar da carruagem. Do ponto de
vista do governo só pode representar um custo a mais.
O custo a mais
do parágrafo anterior pode representar a pedra no sapato do novo ministro. Com
um histórico que não deixa dúvidas o ministro Barbosa é recebido com queda na
bolsa e dólar mais caro, já ultrapassando os R$ 4,00. Então, como irá se comportar
o defensor da flexibilização do Equilíbrio Fiscal num momento onde se espera
dele austeridade? O novo ministro irá mesmo deixar de gastar quando Dilma
precisa de votos para livrar o pescoço presidencial?
A conta não
fecha. Não fecharia nem com o ministro anterior. Essa longa agonia até depois
do carnaval só irá piorar o problema. Os sucessivos governos petistas só
fizeram piorar o sistema de compra e venda de votos no Congresso e o custo de
um voto, daqueles 138 indefinidos tenderá a aumentar exponencialmente ao longo
das próximas semanas. Não há nada a ser negociado por fora com a Lava Jato em andamento. As negociações terão que ser
feitas por dentro. Isto é, no
orçamento.
Difícil
acreditar que Barbosa possa cumprir sua promessa, mesmo tendo pretendido 0%, de
manter os minguados 0,5%. Mais difícil ainda acreditar que as reformas
estruturais prometidas começarão pela Reforma da Previdência, idade mínima, especialmente
mexendo no vespeiro da base sindical, quando o governo vê minguar seus votos no
Congresso.
Enfim,
exatamente o que o novo ministro tem para entregar que não seja o que Levy
tentou entregar?
A resposta só
pode ser: hora de ter fé, irmãs e irmãos.