quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

DILMA PONZI, A RAINHA DAS PEDALADAS




            No livro Finanças Públicas¹, Giambiagi e Além, apontam o risco de um governo se tornar um devedor Ponzi². Os autores fazem referência a Charles Ponzi que, nos EUA e na década de 1920, tomava recursos emprestados e pagava juros altíssimos. O mecanismo deu certo enquanto Ponzi conseguiu novos investidores, pois pagava os juros dos investidores antigos com recursos dos investidores novos. Quando a corrente quebrou Ponzi quebrou junto e arrastou seus credores.

No caso os autores acima se referem ao fato de um dado governo precisar pagar uma dívida antiga criando uma dívida nova. Em 2016 cerca de metade da arrecadação prevista, R$ 800 bilhões, estará destinada ao giro da Dívida Pública. Dilma e seus petetes sempre insistem em afirmar que a nossa dívida líquida é baixa, cerca de 32% do PIB, e que mesmo a dívida bruta não é tão alta, cerca de 68% do PIB. Tudo comparativamente aos países desenvolvidos. Apenas não consideram o montante de sacrifício fiscal anualmente destinado ao giro da dívida.

Obviamente em alguma hora essa matemática não vai dar certo e ou não se paga a dívida ou aumentam os tributos. Certamente Dilma e Barbosa farão o possível para jogar o abacaxi para depois de 2018...

Essa alienação fiscal cria uma falsa noção de que a dívida pública tem muito espaço para crescer. Esta é a lógica da MP 702/2015 que, por exemplo, destinou cerca de R$ 11 bilhões para repor débitos do governo federal com o FGTS, referente a não transferência de rendimentos da atualização monetária. Esses rendimentos foram desviados para utilização em outras finalidades. A chamada Pedalada Fiscal. O ressarcimento se dará no formato de créditos extraordinários, ou seja, extra orçamentários. Como dinheiro não brota no chão a saída é formar nova dívida. Querendo gastar além do factível Dilma à época não quis fazer dívida nova para não entregar o jogo. Pedalou. Agora que descobriu que é um crime resolveu assumir o erro emitindo títulos públicos para cobrir o buraco.

Incrível é que toda a maracutaias foi produzida, digamos assim, nas barbas das fogosas centrais sindicais brasileiras, que gastam centenas de milhares de reais para defender nas ruas do país a ilustre presidenta. Mas parece que é normal. Estamos no mesmo país em que o Relator das pedaladas na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional decidiu ignorar o parecer técnico do TCU, isentando a aliada de um crime de responsabilidade evidente. Dizem que fez isso em nome de nossos pobres governadores, parceiros de crime da presidente. Afinal quem precisa de controle ou leis que demandem coerência fiscal? Do lado de baixo do Equador não há nada que um discursozinho não resolva. Não é Barbosa?



1 Finanças Públicas, 2a ed.  , Rio de Janeiro, Ed.   Campus, 2000, p.   210.