segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A MEDIOCRIDADE QUE NOS AVASSALA




Dilma eleita em seu primeiro mandato nos dava a impressão de ser apenas uma presidente medíocre que nos levaria ao futuro com um crescimento baixo, mas algum crescimento. Lá traz, no dia da posse, nem mesmo seu crítico mais feroz seria capaz de imaginar o que tínhamos pela frente. Passamos por um primeiro mandato desastroso e apenas ao fim dele é que começamos a vislumbrar que o que estava ruim poderia ser muito pior.
E de fato está sendo. A sensação deste momento é que o pior não acabou. Dilma se comporta como altista e sua basealiada, amparada em sua extrema fragilidade, se comporta como um bando de cupins capazes de traçar tudo que estiver pela frente. Seus apoiadores, mesmo aqueles que pareciam mais sensatos, parecem ser incapazes de entender o rumo das coisas. Ainda estão ancorados na década de 1960 e ainda precisam dividir o mundo entre nós direitistas e eles esquerdistas redentores. Não conseguem entender que o mundo é diferente e que as leituras em bloco tipo tudo o que eles pensam, propõem ou fazem é certo, e, portanto, tudo o que nós outros pensamos ou propomos ou fazemos é errado.
Convenhamos a mediocridade entre nós virou mérito. Só resta acreditar que a sociedade desperte de sua letargia e se dê conta de que aqui não há qualquer ponte para lugar algum. Apenas o abismo e não sabemos onde está o fundo.
Mas o pior talvez seja apenas um conceito relativo. Talvez a incompetência mais séria não seja nenhuma dessas como o PIB negativo por dois ou mais anos seguidos, promovendo um monumental retrocesso na economia brasileira, da possibilidade da retroalimentação da inflação que quebrou o limite psicológico dos dois dígitos viabilizando patamares mais altos, ou o aumento do desemprego, a queda dos investimentos externos por conta da perda do grau de investimentos.
Noves fora tudo junto significa que a nossa Caminhada para o Centro, em direção ao padrão de vida dos países desenvolvidos, cantada em prosa e verso por Lula, mudou de direção e vai virando um Retorno para a Periferia. Wallerstein deve estar de queixo caído...
Contudo, dentro da relatividade do conceito de pior há uma questão que ainda está na lateral dos debates, escanteada por tantos números negativos e pelo debate do impeachment: quais seriam as consequências da instalação e ampliação da epidemia de Zika no Brasil? Até aqui o que sabemos é da incapacidade e da incompetência na gestão ambiental e de saneamento nos três níveis federativos. Na saúde o episódio recente mais marcante foi o uso da cadeira do ministério como moeda de troca política, como se não tivesse bastado o aparelhamento e o desvirtuamento do quadro técnico.
Mas, e se realmente a epidemia de Zika se alastrar? Qual será o impacto de parte de uma geração de crianças com microcefalia ou outras doenças do sistema nervoso central? No mínimo dois: 1) aumento de número de crianças com deficiência, quando nossas políticas públicas para pessoas com deficiência estão a quilômetros do que seria necessário; 2) antecipação do envelhecimento da população economicamente ativa, quando também nesse caso nossas políticas públicas estão muito longe de serem minimamente satisfatórias.

Talvez o impeachment e o completo afastamento de toda estrutura de poder montada pelo PT não seja uma opção, mas uma necessidade.

Fonte da imagem: http://quixeramobimagora.blogspot.com.br/2015/04/charge-do-bruno.html