quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

HÁ RISCO DE A INFLAÇÃO SAIR DE CONTROLE?






É um tema clássico do nacional desenvolvimentismo petista, bom registrar que há outras variantes, não o combate à inflação, mas o combate ao combate à inflação. Para eles os instrumentos de combate à alta generalizada de preços quando aplicados inibem o crescimento da economia, portanto interferem diretamente na formação da renda.
Nesse projeto a renda dos mais pobres deve crescer initerruptamente até que cheguemos a um patamar semelhante aos países desenvolvidos ou algo semelhante. Faz parte dele a relativização da inflação. Foi o que Dilma determinou. Não se tratava do centro da meta. Isto é, o centro da meta de inflação não deveria ser o alvo das políticas econômicas. Já que havia um teto a variação de 2% seria admissível e 6,5% de inflação seria tolerável. Não haveria necessidade de aplicar instrumentos de contenção da inflação e o governo poderia continuar estimulando o consumo e o gasto público. Veio a crise a mais forte e com ela a necessidade de colocar as Contas Públicas em ordem. Nesse momento instalou-se a esquizofrenia econômica. Ao mesmo tempo que buscam o combate a inflação via seus instrumentos mais clássicos, até como forma de transmitir um mínimo de credibilidade ao governo, a intenção de gasto público permanece. Não por acaso enquanto o consumo das empresas e famílias cai o consumo do governo se mantém positivo.
Foi por esse caminho que chegamos à inflação de dois dígitos para 2015 e a persistir o caminho poderemos chegar a valores semelhantes em 2016. Não adianta tranquilizar alegando que as expectativas para 2016 não falam de dois dígitos quando justamente essas expectativas já se aproximam de 8%.
Dilma e seus acólitos se mostram incapazes de propor mudanças de rumos que sinalizem o contrário. Visíveis são a falta de governabilidade, perda de consistência na base política, perda de grau de investimento e mais uma fila extensa de outros problemas. Situações que consolidam a insegurança dos agentes econômicos quando sabemos por farta experiência histórica que a inflação de dois dígitos é uma barreira psicológica e que a partir de um certo ponto há a retroalimentação do processo inflacionário. Ou seja, os agentes econômicos passam a incorporar aos seus preços não a inflação passada, mas sim a inflação futura. Esta é uma raiz possível dos processos de alta inflação com tudo aquilo que já vivemos em um passado nem tão distante.
Não combater esse movimento de consolidação dos dois dígitos de inflação não é uma opção, mesmo que esse governo destrambelhado não seja ele mesmo uma opção para o Brasil.


Fonte da imagem: http://chargistaclaudio.zip.net/arch2009-11-22_2009-11-28.html