domingo, 27 de julho de 2014

OS PÉS DE BARRO DO PT: INADIMPLÊNCIA ATINGE UM QUARTO DAS FAMÍLIAS EM FAVELAS


Matéria do Estado de São Paulo¹ alerta para a situação de inadimplência de cerca de 25% das famílias que vivem em favelas.

Corretamente a matéria coloca a inflação como responsável pelo que acontece. Realmente nas famílias de baixa renda a capacidade de realizar gastos além do trivial, pagamentos de compras à prazo, por exemplo, está fortemente conectada com o custo de vida. Essa mesma questão responde pela queda de consumo, já registrada, nos itens de higiene pessoal e alimentos processados. Enfim, com a persistente inflação o poder de compra dessas famílias cai e as suas aquisições acabam se concentrando nos itens básicos de alimentação, transporte etc. Pode não sobrar e não sobra espaço para outros pagamentos.

A se registrar, então, que sempre são as famílias mais pobres que pagam o custo de processos inflacionários mais intensos. O conceito de relativização da inflação já veio do segundo mandato de Lula, mas as escolhas da Nova Matriz de Dilma passaram pelo aprofundamento da relativização de inflação, já supondo que não haveria nenhum problema em fugir do centro da meta. 

A realidade dos fatos mostra o equívoco de quem recebe altos salários e não percebe o que pode acontecer no andar de baixo.  Os desprezados dois porcento a mais, 4,5% para 6,5%, o teto da meta, vão além da correção da massa salarial e, os acúmulos de mais de seis por cento mensais ao longo do tempo corroem o poder de compra dos mais pobres. 

Essa simples falha de lógica econômica tem seu custo e coloca por água abaixo o discurso petista de proteção social dos mais pobres. São os pés de barro do ídolo de ouro. 

1
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,nas-favelas-26-da-populacao-tem-contas-em-atraso,1534550??