sábado, 1 de novembro de 2014

E O DEBATE DA SOCIEDADE DE TRANSIÇÃO?



Em julho passado, num post aqui do blog, "Sociedade de Transição e Programa de Governo" , comentávamos da dificuldade das propostas dos candidatos incorporarem o conceito de Sociedade de Transição. 

Basicamente há um custo político que os agentes políticos não estão interessados em correr, já que decidir pela transição implica em retirar o eleitor de sua zona de conforto. O que esta eleição demonstrou é que tudo o que o agente político não quer numa eleição é cometer este ato temerário e fonte de possíveis problemas com votos. Aliás, o próprio debate da conjuntura econômica e dos inevitáveis ajustes mostrou a dificuldade do tema "não mexa na zona de conforto do teu eleitor".

De todo o debate eleitoral e de concreto em questões de sustentabilidade a única questão um pouco mais relevante foi o desmamento recorde de setembro de 2014, quatro vezes superior ao do mesmo mês em 2013! . A notícia apareceu e foi sublimada. Submergiu no intenso tiroteio eleitoral. Nem mesmo este fato tão negativo pode contribuir para que houvesse maior relevância da questão da sustentabilidade no debate eleitoral.

Enfim, a vida segue e o debate da Sociedade de Transição, o debate desse nosso modelo ultrapassado de desenvolvimento fundado no consumo exacerbado, muito além da capacidade do planeta, na economia do combustíveis fósseis, na mera acomodação frente às mudanças climáticas, tudo isso e mais alguma coisa, ficam para outra hora mais oportuna. Agentes políticos e eleitores têm mais o que fazer...